A IMPRENSA DE CUYABÁ

Quinta-feira, 06 de Junho de 2019, 16h:42

Delegado afirma que projeto para mudar o Código de Trânsito não busca a segurança

Vinícius Lemos e Bábara Sá - RDNEWS

O delegado Christian Cabral, titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito de Cuiabá (Deletran), criticou o projeto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso Nacional, na terça (4), para fazer alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Christian afirmou que as medidas propostas por Bolsonaro não têm foco na segurança da população.

O texto encaminhado por Bolsonaro aponta, entre outras medidas, que o limite para a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deve dobrar de 20 para 40 pontos em um ano. Outro trecho do projeto do presidente diz que a ausência de cadeirinha de retenção, usada em crianças de até sete anos e meio, não culminará mais em multa – passará a ser feita somente uma advertência escrita ao motorista.

Delegado Christian Cabral, responsável pela Deletran, em entrevista ao Rdnews; ele diz que presidente não se preocupa com segurança no trânsito

O projeto de Bolsonaro também diz que a validade da carteira de motorista deve aumentar de cinco para 10 anos.  

A proposta de Bolsonaro foi vista como questionável por agentes de segurança, que temem que o projeto encaminhado ao Congresso aumente os casos de mortes no trânsito.

Eleitor declarado de Bolsonaro, Christian afirmou que o projeto do presidente é “extremamente infeliz” e tem o objetivo de agradar parte da população brasileira. “As medidas sugeridas não têm qualquer outro viés a ser alcançado, senão o populismo. Estão absolutamente longe de se preocuparem com a segurança viária e com a redução dos índices de violência no trânsito no Brasil”.

O responsável pela Deletran disse acreditar que Bolsonaro tem “as melhores das intenções em relação ao Brasil”, porém afirmou que o presidente tem sido infeliz em todas as medidas nas quais “se aventura a emitir juízo de valor sobre assuntos que desconhece por completo”.

O projeto de lei entregue por Bolsonaro ainda será avaliado pela Câmara dos Deputados. Ao menos por ora, não há prazo para que entre em discussão.