A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 6 de julho, a operação Bomba Fantasma, para desarticular uma organização criminosa constituída por empresários do segmento de combustíveis e empresas de transportes. O objetivo do grupo era a venda de notas fiscais a transportadoras, para aproveitamento de crédito fiscal.
Estão sendo cumpridas diversas ordens judiciais em três cidades de Mato Grosso e Goiás. Entre elas, 13 mandados de buscas, bloqueios de contas bancárias e de 12 veículos de investigados, sequestro de imóveis, além de outras medidas cautelares.
A investigação, realizada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) e Secretaria de Estado de Fazenda, identificou que, em 2018, pelo menos quatro postos de combustíveis venderam milhares de litros de diesel a transportadoras, sem a efetiva circulação da mercadoria. Ou seja, sem o abastecimento na bomba.
Investigação
Com a auditoria e o aprofundamento das investigações pela Defaz, foi demonstrado que dos quatro postos, três pertencem ao mesmo grupo de empresários. Um posto, localizado na cidade de Alto Garças, foi responsável pela venda de mais de 10 milhões de litros de óleo diesel, sem que fosse adquirido um único litro para seu estoque, reforçando a venda da nota fiscal fictícia.
Segundo o delegado titular da Defaz, Walter de Melo Fonseca Júnior, a investigação conseguiu identificar que o grupo econômico contava com a participação direta de um escritório de contabilidade, que funcionava como um “QG” para emissão das notas fiscais das vendas realizadas.
Além do grupo formado pelos postos de combustíveis, a investigação apurou ainda que transportadoras foram beneficiadas com o esquema criminoso, sendo que três delas pertencem a um mesmo grupo econômico.
Ordens judiciais
Com base nas investigações, o delegado Rafael Scatolon representou pela expedição de 13 mandados de busca e apreensão, bloqueio das contas bancárias no valor de R$ 42 milhões, correspondente ao crédito tributário, além da suspensão do escritório de contabilidade e do contador, sequestro de quatro imóveis. Também foi solicitado o bloqueio de 12 veículos. Os mandados foram deferidos pela juíza Ana Cristina Silva Mendes da 7ª Vara Criminal da Capital.
A operação Bomba Fantasma conta com apoio das unidades da Diretoria de Atividades Especiais (DRE), Deccor e GCCO, Delegacias da Polícia Civil em Rondonópolis, Politec-MT e Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Civil de Goiás.