Neila Barreto
O Memorial Rosário Congro foi criado pelo Tribunal do Estado de Mato Grosso – TCE-MT, por ocasião do seu Jubileu de Ouro em 2003, na gestão do conselheiro Gonçalo Pedroso Branco de Barros (2003- 2004), por meio da Resolução número 5, de 22 de outubro de 2003, conforme artigo 81, alínea “a” do seu regimento interno com o nome de “Memorial Rosário Congro”, com o objetivo de salvaguardar o seu acervo histórico documental existente, fotografias, peças históricas, bem como, tudo que vier a ser produzido ou adquirido e que tenha relação com a história do TCE-MT, desde a sua instalação conforme pesquisa e projeto da jornalista e historiadora Neila Maria Souza Barreto, editado pela Tanta Tinta – Carlini e Caniato.
O descobrimento da história de Rosário Congro no TCE-MT foi, ao mesmo tempo, bonita e especial porque, à época pouquíssimos sabiam da sua existência. Relendo por mais de cinco vezes as ATAs, descobrimos em três ou quatro linhas, a sua passagem pelo TCE-MT. Inúmeros servidores adoraram conhecer a existência de Rosário Congro.
Tudo isso motivado pelo curto período de tempo que por lá passou, em função da sua idade, quase 70 anos. Esse curto período foi o suficiente para entender a sua importância para o TCE-MT e para o estado de Mato Grosso.
Conversando a poucas semanas com o seu neto Rosário Congro Neto pudemos afinar, ainda mais a sua valiosa biografia e a sua contribuição para as contas públicas mato-grossenses e para a política mato-grossense.
Rosário Congro nasceu a 11 de setembro de 1884 em São Paulo-SP e faleceu a 11 de outubro de 1963, em Três Lagoas, hoje Mato Grosso do Sul. Advogado brilhante, poeta, logo foi reconhecido, em 1921 pelo Centro Mato-grossense de Letras. Ingressou na Academia Mato-grossense de Letras em de 23 de dezembro de 1948, passando a ocupar a cadeira de nº 40, cujo patrono é o Pe. Armindo Maria de Oliveira.
Hoje esta historiadora tem a honra de aprender com os escritos de Rosário Congro, onde ocupo a cadeira 19, do fundador da AML – e escritor José de Mesquita. Quanta honra! Quanta responsabilidade. Na Academia Sul Mato-grossense de Letras é patrono da Cadeira nº 16. Publicou vários livros e artigos em jornais e revistas. Tornou-se sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso - IHGMT, em 7 de março de 1950, onde hoje tenho a honra de ser a sua Presidente desde o ano de 2020, cujo mandato termina em 2025.
Congro foi jornalista, escritor e percorreu as mais significativas experiências na vida pública do estado de Mato Grosso. Filho de Graciano Congro e de Carmela Verlangiere Congro. Casou – se com Judith Varejão Congro, com quem teve os filhos Jurema Congro Cruz, Flávio Varejão Congro, Alba Congro Bastos, Eduardo Congro, Judith Congro Wanderley, Stênio Congro e Hélio Congro. Estabeleceu-se em Corumbá, onde ingressou na política, elegendo-se vereador.
Foi vice Intendente ao exercer a presidência da Câmara Municipal entre 1914-1917. A partir de então, os anos se seguiram pontilhando cargos políticos e de produção literária. Elegeu-se deputado estadual em 1917 e, em seguida foi designado Prefeito de Campo Grande, onde exerceu as funções entre 1918 e 1919. Em 1920 foi reeleito Deputado Estadual, quando em seguida foi nomeado Fiscal do Governo junto a Feira de Gado de Três Lagoas.
Em 1921 tornou-se sócio corresponde do Centro Mato-grossense de Letras. Mais uma vez, em 1934, eleito Deputado Estadual. Em 1941 foi nomeado Prefeito de Três Lagoas, sendo confirmado no cargo em 1946. Dois anos depois passou a exercer as funções de Diretor da Delegacia Especial de Terras e Colonização de Mato Grosso e, no ano seguinte foi convidado pelo Governador Arnaldo Estêvão de Figueiredo para exercer o cargo de Secretário da Agricultura, Indústria e Comércio, Viação e Obras Públicas.
Ingressou na Academia Mato-grossense de Letras em de 23 de dezembro de 1948, passando a ocupar a cadeira de nº 40, cujo patrono é o Pe. Armindo Maria de Oliveira. Na Academia Sul Mato-grossense de Letras é patrono da Cadeira nº 16.
Publicou vários livros e artigos em jornais e revistas. Em 1950, é eleito pela quarta vez, Deputado Estadual. Tornou-se sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, em 7 de março de 1950.
Em 31 de dezembro de 1953 foi nomeado para a primeira investidura no Tribunal de Contas de Mato Grosso, como juiz. Em 02 de janeiro de 1954 foi instalada a Corte e, em seguida, empossados seus membros quando foi eleito Presidente Fundador para compor a 1ª Mesa do TCE-MT e, depois, seu Vice-Presidente em 1954.
Aposentou-se em 1954, ao completar 70 anos. Faleceu em Três Lagoas em 11 de outubro de 1963 aos 79 anos, deixando um legado inestimável e de grande valor para a política, administração pública, assim como para a história e a cultura de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(*) NEILA BARRETO é Jornalista. Mestre em História. Membro da AML e atual presidente do IHGMT.