Neila Barreto
Conheci Avelino Tavares pelas mãos da sua filha Cleize Tavares Ramos. Éramos colegas da antiga Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso – Sanemat. Eu secretária do médico Cláudio Luiz Fontanillas Fragelli, presidente da Sanemat, à época. Ela diretora de assistência aos municípios em relação ao abastecimento de água.
No meio das nossas conversas rolavam poesias e declamações. Cleize declamava maravilhosamente bem e me levava sempre que podia à casa dos seus pais, além de correr atrás de protótipos de aviãozinho no terreno do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. O marido de Cleize era piloto. Cleize era filha de Avelino.
Mais tarde, também convivi com Avelino Tavares no meio da família Barreto. As famílias Tavares e Barreto já mantinham convívio familiar desde a existência do Padre Ernesto Camillo Barreto. Eram moradores da mesma rua, a Floriano Peixoto, na capital.
Avelino Tavares nasceu em Cuiabá, a 11 de março de 1926 e faleceu a 21 de julho de 2022, aos 96 anos de idade. Era filho do Tenente Francisco Antônio Tavares, nascido em 20 de agosto de 1872 e falecido em 13 de abril de 1951 e da cartomante e parteira Maria Montiel Tavares, paraguaia, falecida em 24 de setembro de 1970. Irmão de Lino Tavares; Carolina Tavares Souza; Jovelina Tavares Salomão.
Avelino Tavares, enquanto vivo testemunhou ser Maria Montiel, sua mãe. Assim: “todo este carinho tinha uma razão especial. Maria foi uma das primeiras parteiras da capital mato-grossense”. Continuando disse: com a habilidade e o carinho ao próximo, Maria realizou diversos partos, entre eles dos sete filhos de Avelino e de famílias importantes existentes na região. “Não temos os dados completos do que ela fez, porque era muito variado e diversificado, mas membros da família Campos e os filhos do doutor Canavarros foram aparados por mamãe”, destacou Tavares.
Seus estudos primários foram na Escola Modelo Barão de Melgaço, o atual Palácio da Instrução, onde se localiza a Biblioteca Estevão de Mendonça e o científico, no Colégio Estadual de Mato Grosso, atual Liceu Cuiabano “Maria de Arruda Muller”. Mas não parou por aí, aprimorou a sua escolaridade com diversos cursos de extensão: Introdução ao serviço social em 1954, Desenvolvimento brasileiro, sociedade e cultura em 1958, Sociedade brasileira e participação democrática, em 1979, pela Universidade Federal de Mato Grosso.
Poeta, escritor, membro da Academia Mato-grossense de Letras, Avelino Tavares ocupou a Cadeira 19, cujo Patrono foi João Severiano da Fonseca. O primeiro ocupante foi Carlos Gomes Borralho depois, Humberto Marcílio Reinaldo, Frederico Augusto Rondon, Padre Pedro Cometti e atualmente, Avelino Tavares. Com o falecimento de Avelino a Cadeira 17 se encontra vaga, cujo preenchimento se dará no correr deste ano de 2023.
Jornalista e escritor, colaborou em Cuiabá-MT nos seguintes veículos de comunicação: Jornais Estado de Mato Grosso, Diário de Cuiabá, Jornal do Dia, Correio da Imprensa, A Gazeta, Folha do Estado. Foi Assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Cuiabá em 1994 e chefe parlamentar do vereador Marcelo Ribeiro Alves de 01/01/1993 a 01/05/1994.
Durante a sua vida foi homenageado com os títulos honoríficos do Rotary Club, da Polícia Militar, do Governo do Estado de Mato Grosso.
É Cavaleiro da Ordem do Mérito Mato Grosso, título outorgado pelo Governo do Estado de Mato Grosso e autor da obra a Janela do Tempo. Recebeu a medalha e o diploma do mérito dos 100 anos da câmara municipal. Tavares deixa a mulher, Liosa Gomes Tavares, de 96 anos, sete filhos, 15 netos e 16 bisnetos com as seguintes ramificações: Tavares; Tavares Ribeiro Barros; Tavares Barros; Tavares Kümmel; Tavares Tambelini; Tavares Ramos; Figueiredo Tavares.
(*) NEILA BARRETO é Jornalista. Mestre em História. Membro da AML e atual presidente do IHGMT.