A assinatura da transferência da concessão da BR-163 para as mãos do Governo de Mato Grosso, na próxima quinta-feira (4), deverá acelerar o processo de duplicação, que na última década andou a passos de tartaruga.
Concessionária responsável pela BR em Mato Grosso, a Rota do Oeste concluiu em nove anos apenas 26% da duplicação prevista quando assinou o contrato com o Governo Federal, em março de 2014. Foram 120 km executados de um total de 453 km previstos. Ou seja, a empresa conseguiu duplicar apenas 13,3 km por ano, ou pouco mais de 1 km por mês.
Todo o trecho concluído compreende apenas ao Sul do Estado, da divisa com Mato Grosso do Sul até Rondonópolis. No Norte, nenhuma duplicação foi feita.
Nas mãos da empresa ainda restava a execução do segmento da rodovia dos Imigrantes (BR-070), na região de Cuiabá e Várzea Grande; e o trecho de Posto Gil (Diamantino) a Sinop – o que não ocorreu.
A extensão completa da BR-163 em Mato Grosso sob concessão da Rota do Oeste é de 850,9 km. No entanto, a duplicação de 400 km ficou sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Sem conseguir viabilizar uma forma de cumprir com o acordado, a empresa concordou em fazer a devolução amigável de concessão em dezembro de 2021. Desde então as obras de duplicação foram paralisadas.
Controle acionário
A assinatura do novo contrato vai permitir o Governo assuma a estrada por meio da MT Par, que passará a ter o controle acionário da Rota do Oeste.
Para a concretização do negócio, Mato Grosso propôs quitar parte das dívidas de R$ 920 milhões contraídas pela controladora da Rota do Oeste, a Odebrecht Transportes.
No mês de março, o Estado conseguiu acordo com os bancos credores, em uma proposta de pagamento de cerca de R$ 400 milhões. A previsão é que o Estado invista R$ 1,2 bilhão para garantir a duplicação e melhoria da trafegabilidade da rodovia.