o deputado estadual Wilson Santos (PSD)
Após ser retirado da vice-presidência da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) vai protocolar na presidência do parlamento o pedido de suspeição contra Elizeu Nascimento (PL), Janaina Riva (MDB) e Júlio Campos (União), que também integram a comissão.
Wilson foi afastado da função após solicitação feita pelo deputado Gilberto Cattani (PL), alvo de uma representação por quebra de decoro parlamentar, depois de um desentendimento entre eles durante sessão plenária. Cattani ainda acusou seu colega de ter acesso aos vídeos e compartilhá-los em aplicativos de mensagens para prejudicá-lo. Em um dos vídeos, o deputado pede desculpas às vacas por compará-las a feministas.
Ao Estadão Mato Grosso, Wilson disse que vai pedir o afastamento de Elizeu por ser do mesmo partido que Cattani. Já de Janaina e Júlio por terem antecipado parte de seus votos à imprensa.
O pedido vai ser entregue ao presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (União).
Ao comentar sobre o caso, o deputado destaca que sua suspeição o impede de votar no caso e o retira da vice-presidência, mas não o exclui da equipe titular, permanecendo como membro. Em sua avaliação, seus colegas cometeram um erro ao retirá-lo do processo.
“Em momento algum, posso ser visto como suspeito, tendo em vista que está mais do que provado nos dois vídeos publicados pelo próprio Cattani sua infeliz comparação. No primeiro, ele coloca a própria esposa numa cena medíocre e lamentável: mugindo. No segundo, ele pede desculpas às vacas de sua propriedade por compará-las a mulheres feministas. Só me referi aos vídeos que ele mesmo produziu”, disse.
“A Comissão errou ao punir um dos seus membros, sinalizando claramente que vai pôr panos quentes sobre o caso. Certamente, irá aplicar uma pena branda ao deputado que, na minha opinião, cometeu agressões duras às mulheres. Só me resta aguardar uma punição exemplar vinda do Poder Judiciário, o que vou acompanhar de perto, dia a dia”, complementou.
REPRESENTAÇÃO
A Comissão de Ética foi formada após o protocolo de uma representação contra o deputado Gilberto Cattani, acusado de falas misóginas ao comparar mulheres com vacas. O corregedor e o corregedor substituto, Max Russi (PSB) e Júlio Campos, respectivamente, terão o prazo de 30 dias para apurar os fatos e apresentar uma manifestação conclusiva.
A representação foi protocolada na semana retrasada pela presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, e pela defensora pública-geral, Maria Luziane, pedindo a abertura de um procedimento ético contra Cattani, por quebra de decoro parlamentar, e pede que seja investigada possível prática, por parte do parlamentar, de discriminação contra mulheres e/ou desobediência aos deveres previstos na Constituição do Estado.
Cattani disse que sua fala feita durante uma reunião da Frente Parlamentar de Defesa da Vida e Contra o Aborto foi retirada do contexto.