João Carlos Vicente Ferreira
O magnata da comunicação Assis Chateaubriand seria o responsável pela 'má-fama' do ex-senador cuiabano, Filinto Müller, segundo revela o historiador e escritor João Carlos Vicente Ferreira, entrevistado da semana no HNT TV. No dia 11 de julho, João Carlos lançou o livro 'Filinto Müller - A verdade por trás da mentira' em homenagem aos 50 anos da morte do político mato-grossense. Müller faleceu no dia 11 de julho de 1973, em um acidente aéreo na França.
"Eu resumo [o ódio contra o Filinto] em uma única palavra: vingança. Vingança do Assis Chateaubriand em cima do Filinto por conta da Tereza, filha dele [Assis]", antecipou o historiador.
No livro, João Carlos Vicente Ferreira conta que a celeuma começou quando Assis Chateaubriand se apaixonou por uma atriz argentina que, à época de sua chegada ao Brasil, tinha 15 anos. Clara Acuña se tornou amante de Chatô, como o magnata da comunicação era conhecido, e teve uma filha com ele, Tereza.
Posteriormente, os dois vieram a se separar e a argentina encontrou em um empresário carioca um novo amor. Ressentido, Assis Chateaubriand tentou expulsá-la do Brasil e ficar com a guarda da filha dos dois. O caso ficou sob responsabilidade de Filinto, cuja esposa era argentina e foi procurada por Clara Acuña num suplício para que a influência e o poder de Chatô não a tirassem do país, o que deu certo.
Depois disso, Assis Chateaubriand contratou o exepcional jornalista, David Nasser, com um único objetivo: destruir a imagem de Müller, segundo narra João Carlos Vicente Ferreira. David Nasser é autor do livro 'Falta Alguém em Nuremberg - Torturas da Polícia de Filinto Strubling Müller'.
"Ele fala que o Filinto fez um conluio com a Alemanha, que ele era nazista e isso num tempo que ele nem falava alemão, o Filinto. [David Nasser] falava que Filinto tinha um sobrenome alemão e que queria honrar o sobrenome alemão, que o sobrenome dele era Strubling - e nem era Strubling, ele era Müller. [Nasser] falava que ele [Filinto] tinha o sorriso do Himmler, aquele sorriso de alemão frio", comentou João Carlos Vicente Ferreira.
"Em 1947, quando ele lançou esse livro, estava tendo o julgamento dos nazistas em Nuremberg, na Alemanha, e a maioria morreu enforcado. Ele era muito criativo, esse título é muito criativo, falava que alguém faltava... Esse alguém era o Filinto", completou.
Ao longo da entrevista, além de defender essa - que é a principal tese do livro - o historiador João Carlos Vicente Ferreira ainda se propõe a explicar a perpetuação da 'má-fama' de Filinto Müller. Assista o vídeo completo abaixo: