Empresários de Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) já cogitam a hipótese de uma demissão em massa para minimizar os impactos financeiros da temporada conturbada na cidade.
Na última sexta-feira (12), o prefeito do município, Osmar Froner (MDB), já havia adiantado a dimensão da crise que assola a cidade em decorrência das sucessivas interdições na MT-251.
No setor hoteleiro, os empresários se programam para devolver as diárias pagas antecipadamente pelos clientes.
"Muitos turistas que já fizeram alguma programação de reservas com pagamento antecipado estão solicitando a devolução porque não têm certeza se vai chegar até a cidade ou não. Economicamente, isso está sendo um desastre para todos nós. A situação é muito crítica, muitos empresários estão pensando em demitir suas equipes em massa porque não está (sic) tendo condições de manter os funcionários", relatou a empresária Sônia Bezerra em entrevista ao site 'Alô Chapada'.
Durante visita técnica à região do Portão do Inferno junto de autoridades do governo do Estado, do Tribunal de Contas e outras instituições, o prefeito de Chapada expôs que um saco de arroz no município já atinge a casa de R$ 50.
"Tem morador reclamando que um saco de arroz está custando R$ 55. Fora essa rodovia, os acessos à cidades são longos e isso eleva o valor do frete, aumenta os preços dos produtos. Também cai o fluxo de visitação de casas de veraneio, o movimento de pousadas, de feiras, comércios e restaurantes. Após o Réveillon, esse fluxo já reduziu 50%", afirmou.
Segundo Sônia Bezerra, o apelo por soluções imediatas é de todos os setores econômicos da cidade. "Nós dependemos de Cuiabá, nós dependemos de ir e vir, estamos realmente ilhados. Muitos saem daqui e não sabem se vão voltar", lamentou.
Na sexta, o presidente do TCE, Sérgio Ricardo, também fez coro aos pedidos dos moradores para que o governo libere permanentemente pelo menos uma das pistas na MT-251 no trecho entre o Portão do Inferno e Chapada dos Guimarães.
A via tem ficado interditada todos os dias, das 8h às 14h, para realização de obras emergenciais de contenção.
De acordo com os estudos disponíveis, o trajeto apresenta risco R4, o mais grave para deslizamentos. A rodovia também é interditada quando são registradas chuvas no local.
“A situação é gravíssima. Hoje nós conversamos com pessoas aqui de Chapada dos Guimarães que não tem mais comida dentro de casa, com donos de estabelecimentos comerciais que não tem mais bebida. Chapada é uma é uma cidade turística e não está conseguindo atender o turista”, pontuou Sérgio Ricardo.