O governador Mauro Mendes (União Brasil) viaja a Brasília nesta quarta-feira (17) para tentar colocar um fim à discussão sobre o projeto Executivo de Cuiabá de implantar o 'VLT Cuiabano', suscitado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) em agenda com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
O gestor estadual também buscará diálogo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, buscando uma resolução aos desmoronamentos na região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães (a 62 km de Cuiabá), que implica na operação da MT-251 com interdições temporárias.
Os pormenores das pautas consideradas sensíveis foram tratados em audiência a portas fechadas no Palácio Paiaguás nesta segunda-feira. Mendes recebeu em seu gabinete o senador Wellington Fagundes (PL) e o prefeito de Chapada, Osmar Froner (MDB). Os dois políticos compõem o comitê que analisa a situação. A decisão para criar o grupo de trabalho surgiu durante visita técnica promovida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), na última semana.
A senadora Margareth Buzetti (PSD) já havia adiantado sobre as conversas com os ministros, conforme noticiado pelo HNT. De acordo com a parlamentar, Mauro tenta um acordo com Marina sobre o Parque Nacional de Chapada para que a ministra conceda a estadualização do equipamento, atualmente gerenciado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Para tentar convencê-la, o governador destacará a disposição de investir R$ 200 milhões nos próximos três anos e apresentará as primeiras alternativas estudadas para sanar os desmoramentos. O anteprojeto é desenvolvido por técnicos da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) e deve ser finalizado em 30 dias. Entre as possibilidades, os especialistas do Paiaguás ventilam a construção de um túnel ou uma ponte suspensa, no estilo da Ponte Sérgio Motta, que liga as cidades de Várzea Grande e Cuiabá.
Já com Rui Costa o tom é mais duro. O objetivo é desmentir os rumores em torno da continuidade do "VLT Cuiabano", defendido por Emanuel Pinheiro e seu filho, o deputado federal Emanuelzinho (MDB). A família Pinheiro tem feito declarações públicas de que o modal foi pré-aprovado no PAC III e não onerará os cofres públicos. No entanto, o próprio coordenador do programa, Rui Costa, teria ligado a Mendes - segundo coluna do site da Istoé - para negar o apoio às obras. A intenção de Mauro é entender como o governo federal está absorvendo a ideia do VLT na Capital e encerrar as tentativas de ir à frente com sua implementação.
INÍCIO DAS OBRAS DO VLT
Para amplificar o tom negativo e enfraquecer as articulações de Emanuel, Mendes deu início às obras de implantação do BRT em Cuiabá. Os trabalhos estão concentrados na avenida do CPA, nas proximidades do Comando Geral da Polícia Militar. A assessoria do Paiaguás disse que o consórcio responsável pelo modal trabalha no sistema de drenagem no canteiro central. Após a execução deste serviço, os trabalhos vão avançar para a construção da pista de concreto, incluindo a remoção da capa asfáltica e execução da terraplanagem.
CONTRA-ATAQUE DE EMANUEL
Ignorando o passo do governo de Mato Grosso, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) segue agindo como se o VLT ainda fosse uma possibilidade em aberto e editou decreto criando uma comissão técnica para executar as ações necessárias à implantação do modal. Segundo o Executivo municipal, a normativa foi publicada por meio de Decreto Municipal de nº 10.036/2024, que será publicado na edição da Gazeta Municipal desta terça.