Kamila Britto Ribeiro, de 34 anos, denunciou a Unimed Cuiabá por não cumprir a liminar e suspender o tratamento do filho Lorenzo Miguel Ramos Ribeiro, 8 anos. O menino, que é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), teve uma pausa na terapia após a inauguração da nova clínica para tratar todos os níveis de autismo na cooperativa.
A pausa no atendimento ocorreu no dia 3 de fevereiro após a Unimed determinar sem aviso prévio, segundo a mãe, que o paciente mudasse o tratamento para o novo espaço da cooperativa.
A clínica foi inaugurada em dezembro e foi construída pela própria empresa para acolher todos os níveis de TEA e aplicar tratamentos de transtornos globais do desenvolvimento, por meio da música (musicoterapia), das sensações (jardim sensorial) e da repetição (casa terapêutica).
De acordo com a mãe, a imposição na mudança para uma nova clínica iria afetar muito o desenvolvimento do filho, já que ele recebe o tratamento em outra unidade particular desde os três anos.
“Não queremos simplesmente trocar do dia pra noite porque ele já tem vínculo terapêutico com a clínica. A unidade da Unimed seria ideal para novos pacientes, porque também evitaria a judicialização de novos pacientes e não alteraria pacientes que já estão com liminar transitada e julgada como é o nosso caso”, explicou.
Conforme a mãe, mesmo com a decisão liminar que acata a cobertura do plano no tratamento em outra clínica, a cooperativa não deu nenhum retorno. Inclusive, ela já teria entrado em contato várias vezes com o jurídico e a ouvidora da Unimed.
"Estou há dois meses na espera, desde fevereiro meu filho está sem a terapia. Isso afeta muito o desenvolvimento dele, ele vai para escola hoje, morde as crianças, quebra o vidro da sala, ele está tendo uma regressão muito grande", disse.
Além disso, Kamila disse que o filho está perdendo habilidade, e aumentando o repertório de compartamentos impróprios, como se jogar no chão, bater, choros, e muita frustações.
"Mexe com o emocional dele, impacta na minha vida, eu não consigo dormir. Desde que recebi a carta, meu psicológico está abalado eu só choro e fico pensando no meu filho", relatou.
Ainda segundo ela, 25 mães estão na mesma luta, e pretendem nos próximos dias realizar uma manifestação.
"Muitas mães têm medo de perseguição e não uni forças, mas mesmo assim vamos realizar uma manifestação na porta deles, assim como fizemos na época da cobrança de coparticipação ", contou.
O Leiagora entrou em contato com a Unimed Cuiabá e questionou sobre a suspensão, confira a nota abaixo:
A Unimed Cuiabá Cooperativa de Trabalho Médico informa que a tratativa relativa ao caso do menor LMRR, 8 anos, foi finalizada e que a carta de liberação e contato com a responsável será feito ainda essa semana.
Cabe ressaltar que os trâmites (contato e emissão de carta) em caso de medidas judiciais são realizados após a finalização das tratativas e que neste caso foi impossibilitado pelo ataque cibernético que a Cooperativa teve nesta segunda-feira (18).
A Unimed Cuiabá reitera o compromisso com a transparência e o atendimento de seus beneficiários.