A Prefeitura de Cuiabá informou, em nota, que abrirá procedimento interno para apurar a conduta do servidor da Secretaria Municipal de Ordem Pública que é alvo da 'Operação Ragnatela', deflagrada nesta terça-feira (5). As investigações miraram grupo envolvido na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas por meio de boates em Cuiabá.
O agente de fiscalização da prefeitura, conforme as apurações, teria atuado no sentido de facilitar a promoção de eventos custeados pelo Comando Vermelho.
Conforme o delegado Gustavo Belão, o servidor tinha a atribuição de fazer a escala de plantão dos fiscais responsáveis por fiscalizar as casas de shows e, em troca de vantagens indevidas, atuava no sentido de que fossem ignorados requisitos para o funcionamento das boates e realização dos shows.
Também foi apurado o envolvimento do vereador Paulo Henrique (PV), que teria se beneficiado do esquema. Segundo a polícia, o vereador foi o responsável pela indicação do servidor que promovia a facilitação dos eventos. Procurada, a assessoria do vereador manifestou desconhecimento acerca da operação.
Com relação ao fiscal, a prefeitura reforçou que atuará de acordo com a legislação vigente, atendendo a prazos e procedimentos necessários, ao procedimento administrativo e que está à disposição das autoridades policiais.
MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA
De acordo com as investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), a movimentação a partir do esquema criminoso chegou à cifra de milhões. A operação contava com a participação de lideranças do Comando Vermelho de dentro das penitenciárias, que emanavam ordens com relação aos shows.
Uma das proibições era a realização de apresentações de artistas paulistas, devido predominância do PCC no estado do Sudeste. Devido à proibição, show do MC Daniel em Cuiabá terminou sob 'chuva de cerveja' e com o artista deixando o palco escoltado em dezembro do ano passado.
O assessor parlamentar e promoter que viabilizou o evento foi punido posteriormente pelo Comando.
No bojo das investigações, foi descortinado também um esquema de contrabando de celulares para dentro de penitenciárias com o envolvimento de um policial penal.
Um dos líderes do Comando Vermelho de Mato Grosso que havia fugido para o Rio de Janeiro foi preso no aeroporto carioca Santos Dumont, quando voltava de Mato Grosso, após resolver 'negócios' da facção.
LEIA NA ÍNTEGRA
Nota à imprensa
Quanto a ação policial desencadeada na manhã desta quarta-feira (5), a Secretaria Municipal de Ordem Pública esclarece:
-abrirá procedimento interno para apuração da conduta do agente de fiscalização;
-reforça que atuará de acordo com a legislação vigente, atendendo a prazos e os procedimentos necessários, ao procedimento administrativo;
-Está à disposição das autoridades para colaborar com informações necessárias ao inquérito policial instaurado.