A IMPRENSA DE CUYABÁ

Sábado, 14 de Setembro de 2024, 13h:22

Irmãs são assassinadas após sequestro e tortura por suposto envolvimento com facção

Crime bárbaro aconteceu após as vítimas saírem de evento; uma pessoa conseguiu escapar e pedir socorro

ANDRÉ ALVES - HNT

irmas mortas

 As irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto, de 25 e 28 anos

As irmãs Rayane Alves Porto e Rithiele Alves Porto, de 25 e 28 anos, foram assassinadas após serem sequestradas ao saírem de um evento do Festival de Pesca, na madrugada deste sábado (14), em Porto Esperidião (320 km de Cuiabá). Além delas, dois homens também foram vítimas, sendo um deles torturado fisicamente, mas conseguiu escapar com vida.

Segundo informações da Polícia Militar, um dos sobreviventes, de 24 anos, conseguiu fugir do cativeiro, localizado na Rua Marechal Cândido, no centro da cidade, e pediu socorro na base policial. Ele relatou que ele e as outras vítimas foram abordados por um grupo de nove pessoas — sete homens e duas mulheres — que os obrigaram a seguir até uma residência. O local funcionava como cativeiro, onde foram submetidos a horas de tortura.

Ao chegarem à residência indicada pela vítima, os policiais encontraram um dos homens, de 29 anos, gravemente ferido, com o dedo mínimo da mão esquerda e a orelha esquerda cortados, além de apresentar ferimentos de arma branca na nuca. Nos outros cômodos, a cena era ainda mais macabra: na cozinha, foram localizados dedos e cabelos de uma das vítimas. No último quarto, os corpos das irmãs Rayane e Rithiele foram encontrados, ambas com sinais de tortura e os cabelos cortados.

A testemunha que conseguiu fugir relatou que os suspeitos se identificaram como membros de uma facção criminosa e exigiram dinheiro das vítimas, ameaçando matá-las caso não pagassem. Ainda segundo a testemunha, a motivação do crime seria uma foto tirada pelas vítimas no Rio Jauru, onde elas faziam um gesto que simboliza o número três, um sinal reconhecido como provocação no mundo do crime e que faz referência ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Equipes do Grupo de Apoio de Mirassol e do GEFRON foram acionadas para dar suporte nas buscas pelos suspeitos, mas até o momento ninguém foi localizado. O local foi isolado para a realização da perícia, e a Polícia Civil investiga o caso.

O sobrevivente foi socorrido pela equipe de saúde de Porto Esperidião e se encontra estável, sem risco de morte. A Polícia segue em busca dos envolvidos no crime.