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Domingo, 17 de Novembro de 2024, 08h:54

Energia solar já atraiu mais de R$ 9,5 bilhões em investimentos para Mato Grosso

Desde o início da expansão da energia solar em 2012, investimentos em Mato Grosso geraram 62 mil empregos

Gabriel Soares Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

placas solares

 

Mato Grosso ultrapassou a marca de 2 gigawatts (GW) de potência instalada em geração de energia solar, consolidando-se no quinto lugar entre os estados com maior geração no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o estado já conta com mais de 154 mil sistemas solares em operação, abrangendo 100% de seus 141 municípios.

Essa crescente adesão à geração de energia solar oferece a 185 mil consumidores no estado maior economia e autonomia energética.

Desde o início da expansão solar em 2012, Mato Grosso atraiu R$ 9,5 bilhões em investimentos para o setor. Esses recursos foram cruciais para gerar cerca de 62 mil empregos locais e impulsionar uma arrecadação de R$ 2,9 bilhões para os cofres públicos.

Atualmente, Mato Grosso é o quinto estado com maior potência instalada. O ranking é liderado pelo estado de São Paulo, que conta com 4,69 GW de potência instalada. Na sequência aparecem Minas Gerais (4,17 GW), Paraná (3,03 GW) e Rio Grande do Sul (3,03 GW).

Na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR, o estado é um exemplo de como a geração própria de energia pode promover avanços econômicos e sociais.

Uma medida considerada essencial para o crescimento da geração distribuída solar é a aprovação do Projeto de Lei nº 624/2023, que institui o Programa Renda Básica Energética (REBE). Esse projeto busca modernizar o marco legal da geração própria de energia renovável, a Lei nº 14.300/2022.

Caso aprovado, o PL 624/2023 obrigará as distribuidoras a aceitar novas conexões de microgeração solar, garantindo que melhorias de infraestrutura para atender a esses sistemas sejam custeadas pelas próprias distribuidoras.

Atualmente em tramitação nas comissões do Senado Federal, este PL é fundamental para a geração distribuída solar, pois resolve estruturalmente, via lei, o problema das negativas de conexão, feitas pelas distribuidoras sob alegação de inversão de fluxo de potência. Essas negativas estão impedindo milhares de consumidores brasileiros, entre residências, pequenos negócios, produtores rurais e gestores públicos, de exercer o seu direito de gerar a própria energia limpa e renovável, para reduzir sua conta de luz”, argumenta Sauaia.

Tiago Vianna, coordenador da ABSOLAR em Mato Grosso, destaca a importância desse projeto para o setor.

Como o projeto atualiza a Lei nº 14.300/2022, o marco legal da geração própria renovável, as distribuidoras ficarão proibidas de impedir os consumidores de conectar sua microgeração distribuída. Se for necessário algum reforço na infraestrutura elétrica para receber esta microgeração, a distribuidora ficará responsável por fazer este investimento diretamente, em vez de repassar estes custos ao consumidor”, acrescenta Tiago Vianna, coordenador estadual da ABSOLAR no Mato Grosso.

FINANCIAMENTOS DISPARAM

O aumento nas tarifas de energia elétrica, somado ao recente acionamento da bandeira vermelha 2 devido à seca nos reservatórios, estimulou a demanda por financiamentos para instalação de painéis solares. Em setembro, a plataforma “Meu Financiamento Solar” registrou um aumento de 22,7% nos financiamentos, com boa parte dos recursos destinados a consumidores residenciais.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) revelam que, entre agosto e a primeira metade de setembro, foram instalados cerca de 70 mil sistemas solares no país.

No estado, o interesse por sistemas fotovoltaicos financiados é crescente, com 53% das novas conexões sendo viabilizadas por algum tipo de crédito, conforme estudo da consultoria Greener.