Marcelo Augusto Portocarrero
Antes, quando o Natal era uma festa cristã motivada pelo nascimento de Jesus Cristo, as ruas, residências, lojas, shoppings, hotéis e todos os demais lugares por onde passávamos evocavam Sua humilde, mas importante presença. Agora, a cada ano que passa, vamos esquecendo dessa que era a razão, a origem da comemoração, passando a existir mais a título de promover o comércio do que em sua homenagem. Até mesmo templos religiosos deixaram de dar a merecida ênfase à sua existência nos dias finais do ano.
Hoje o objetivo de aproveitar os momentos entre familiares, amigos e colaboradores tem pouco de religioso. Deus, Jesus, Seu filho dileto, poucas vezes é lembrado e, quando o é, as manifestações de fé reduzem-se a esperanças de um ano melhor para pedir, não para agradecer.
A religiosidade que nos mantinha fiéis aos ensinamentos religiosos, como a fé e a crença em Deus, nosso Pai Criador, que também nos fazia observar e respeitar preceitos relativos à moral, aos bons costumes, ao amor incondicional e ao respeito a tudo e a todos, vai, a cada ano que passa, sendo esquecida, relegada a conceitos conservadores, portanto, contrários aos interesses dos que buscam eliminar os laços familiares, as relações de amizade e o respeito. Alguns dizem que isso é parte do processo de evolução do mundo. Quem é a favor, se tem como progressista… imaginem!
A festa de fim de ano passou a ser um evento puramente comercial; a religiosidade deu lugar ao ato de recompensa, não mais pela fé, amor e carinho, mas por outros interesses. À medida que o tempo passa, o Natal vem se tornando um evento de reciprocidade compensatória, de interesses diversos, até políticos e econômicos. Isso sem falar do financeiro.
A confraternização simbólica do nascimento de Nosso Senhor — razão da existência da família como célula mater — e da amizade sincera não existe mais. Esses preceitos não são mais ensinados nas escolas, pouco são lembrados por parentes e nas instituições, sejam elas particulares ou públicas, então, nem é preciso comentar.
As decorações não mostram os sinais de Deus nas ruas e avenidas, nas casas, nos prédios nem em praças. O que se vê, quando olhamos ao redor, são luzes piscando, árvores enfeitadas, bonecos de neve, Papai Noel e presentes.
Se já era difícil encontrar quem soubesse a origem da festa natalina, agora tornou-se impossível achar alguém que saiba da existência de São Nicolau, também incorporado por razões religiosas aos festejos natalinos. Para quase todos, o bom velhinho é um personagem fictício que apenas entrega presentes. Quanto ao dia 25 de dezembro, bem, para muitos, é apenas o dia em que a festa acontece.
Origem: O Natal era uma festa pagã realizada pelos romanos no dia 25 de dezembro, por causa do solstício de inverno, celebrado na região onde hoje é a Europa. Ela foi cristianizada e se tornou simbólica para que celebremos a encarnação de Jesus. Assim, o Natal, já direcionado ao cristianismo, passou a integrar o calendário no dia 25 de dezembro por volta do ano 350.