Em meio a um clima de tensão e acusações de irregularidades, o processo de registro das chapas que disputarão a presidência da Associação dos Camelôs do Shopping Popular foi marcado por tumulto na noite de segunda-feira (14), envolvendo diretamente o atual presidente, Misael Galvão.
O episódio, ocorrido a menos de duas semanas da eleição interna, resultou em denúncias de tentativa de manipulação do processo eleitoral.
Segundo relatos da advogada Marcela Florêncio, vice-presidente da chapa adversária, Misael chegou ao local apenas 20 minutos antes do encerramento do prazo e impediu que os concorrentes acompanhassem a conferência dos documentos de sua candidatura.
Ela afirma que o atual presidente designou um funcionário do próprio camelódromo para analisar os documentos, ignorando a comissão eleitoral prevista para essa função.
Ainda de acordo com Marcela, a situação gerou dois boletins de ocorrência: um pelo tumulto e outro contra o tesoureiro da gestão atual, Diego Paula Borges da Silva, por suposta injúria e difamação durante a discussão, que foi gravada em vídeo.
Imagens registradas pela equipe adversária mostram Diego tentando impedir que a análise dos documentos fosse filmada.
Em determinado momento, o funcionário responsável recolhe os papéis, coloca-os num envelope e se retira com os documentos em mãos, sem que a verificação fosse concluída sob supervisão.
A advogada aponta que a chapa de Misael, que está à frente da associação há três décadas, foi registrada de última hora por falta de membros suficientes.
Ela afirma ainda que ele não apresentou a prestação de contas da última gestão, desrespeitando o estatuto da associação, o que pode levar à impugnação de sua candidatura.
“Desde novembro venho cobrando essas contas. Ele entregou apenas relatórios parciais e de meses sem movimentação. Isso compromete a legitimidade do processo”, declarou.
A eleição para presidência do Shopping Popular está marcada para o próximo dia 28 de abril. O atual mandato de Misael termina em 6 de maio.