27 de Dezembro de 2024

AGROECONOMIA Quinta-feira, 19 de Dezembro de 2024, 10:44 - A | A

IMPOSTO SELETIVO

Câmara aprova "Imposto do Pecado"; medida segue para sanção presidencial

Críticos afirmam que o IS representa um aumento disfarçado da carga tributária

Folha do Estado

cerveja e cigarro

 

Na última terça-feira (17), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação da reforma tributária, incluindo a controversa criação do Imposto Seletivo (IS), apelidado de "Imposto do Pecado".

A proposta, que visa desincentivar o consumo de produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, agora aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Principais alvos do imposto

O IS incidirá sobre uma ampla gama de itens. Confira os principais:

  1. Veículos, embarcações e aeronaves:
    Produtos automotores, movidos a combustíveis fósseis ou elétricos, serão taxados. A justificativa é o impacto ambiental, abrangendo automóveis, veículos comerciais leves, aeronaves e embarcações particulares.

  2. Cigarros e produtos fumígenos:
    Intensificando a tributação já existente, o IS busca desestimular o tabagismo, argumentando os danos à saúde pública.

  3. Bebidas alcoólicas:
    A tributação será calculada com base no teor alcoólico das bebidas, incidindo na primeira comercialização, diretamente na venda pelo fabricante.

  4. Refrigerantes e bebidas açucaradas:
    Produtos ricos em açúcar, como refrigerantes, voltaram à lista de taxação com a justificativa de combater obesidade e diabetes. Contudo, críticos alertam para o impacto nos consumidores de baixa renda.

  5. Minério de ferro, petróleo e gás natural:
    A extração de minério de ferro, petróleo e gás natural também será taxada, exceto na exportação. O gás natural utilizado como insumo industrial terá alíquota zerada.

Isenções e controvérsias

Algumas categorias foram excluídas do imposto, como caminhões e veículos usados por forças de segurança pública. Entretanto, a medida gerou intensos debates no Congresso e na sociedade.

Críticos afirmam que o IS representa um aumento disfarçado da carga tributária, punindo escolhas individuais e elevando os custos para o consumidor médio. Além disso, a taxação de bens como veículos elétricos foi vista como contraditória em relação às políticas de incentivo à sustentabilidade.

Embates à vista

O "Imposto do Pecado" já é apontado como um reflexo do viés intervencionista do governo Lula, buscando regular hábitos de consumo enquanto amplia a arrecadação. Especialistas e opositores questionam a eficácia da medida na mudança de comportamentos e seu impacto no bolso dos brasileiros.

Com a sanção presidencial esperada nos próximos dias, o tema deverá protagonizar embates judiciais e discussões políticas sobre o equilíbrio entre arrecadação, saúde pública e liberdade individual.

 



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