16 de Março de 2025

AGROECONOMIA Sábado, 15 de Março de 2025, 09:47 - A | A

NO VERMELHO

Déficit das estatais cresce 322% e soma R$ 7,4 bilhões em 12 meses

As estatais federais responderam por R$ 6,73 bilhões desse montante.

Folha do Estado

fachada dos correios

 

O déficit primário das estatais brasileiras acumulou R$ 7,4 bilhões nos 12 meses encerrados em janeiro de 2025, segundo dados do Banco Central.

O valor representa um aumento de 322% em relação ao mesmo período do ano anterior, configurando o maior saldo negativo anualizado desde o início da série histórica, em 2003. 

A principal responsável pela piora das contas foi a atuação das empresas estatais federais, que concentraram a maior parte do rombo fiscal. Apenas em janeiro deste ano, o déficit somou R$ 1 bilhão. Embora menor que os R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo mês de 2024, o número ainda reflete um cenário de fragilidade nas contas públicas. 

A trajetória de déficits crescentes se intensificou a partir de 2023 e culminou em um saldo negativo recorde de R$ 8,07 bilhões ao fim de 2024. As estatais federais responderam por R$ 6,73 bilhões desse montante.

 Apesar da deterioração fiscal, o governo nega que os números representem um “rombo” nas contas das estatais. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, argumenta que o cálculo do Banco Central considera apenas o resultado primário das empresas, sem levar em conta recursos já disponíveis em caixa. “Isso gera um resultado deficitário mesmo quando as empresas têm lucro”, explicou. 

Os dados divulgados pelo Banco Central seguem a metodologia “abaixo da linha”, que mede a necessidade de financiamento das estatais. Esse cálculo difere da abordagem do Tesouro Nacional, que adota o método “acima da linha”. 

Ao analisar a evolução do endividamento das estatais, o Banco Central busca mensurar o impacto fiscal do setor. No entanto, divergências metodológicas e a falta de acesso a detalhes sobre receitas e despesas podem gerar discrepâncias entre os números da autoridade monetária e os balanços das próprias empresas.



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