07 de Abril de 2025

OPINIÃO Quinta-feira, 03 de Abril de 2025, 16:07 - A | A

O tom de voz também comunica

Luzimar Collares

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 Luzimar Collares

Imagine alguém dizendo a frase: “preciso que você finalize o relatório até o fim da tarde“.

Agora faça o seguinte exercício: diga a mesma frase com um tom de voz de alguém bravo, dando uma ordem quase ameaçadora. Depois repita a frase com um tom de voz de uma pessoa tranquila, fazendo a solicitação com seriedade, mas sem usar um tom de voz que assusta. 

É sobre isso que vamos tratar nessa coluna! A diferença de como nossa mensagem é percebida, dependendo do tom de voz que usamos.

Isso porque a comunicação não se resume às palavras que escolhemos para expressar nossos pensamentos, mas também compreende a maneira como as expressamos.

Por isso, é fundamental entender que o tom de voz, assim como as palavras que escolhemos, são elementos importantes para uma comunicação eficaz.

O que é o tom de voz?

O tom de voz pode ser definido como a variação de intensidade, altura, ritmo e emoção na fala. Ele não diz respeito apenas ao volume da voz, mas à maneira como modulamos nossas palavras para transmitir um significado mais profundo.

Quando nos comunicamos, nosso tom pode revelar nossas emoções, intenções e até mesmo nossas crenças. Por exemplo, uma frase dita com um tom agressivo pode parecer muito mais negativa, mesmo que o conteúdo das palavras seja neutro.

O impacto do tom de voz

Cada pessoa interpreta o tom de voz de maneira única, e a percepção depende do contexto e até mesmo da relação entre as pessoas. Mas existem algumas reações universais que são comuns em muitas situações.

Por exemplo, um tom de voz agressivo ou elevado pode ser interpretado como um sinal de raiva, impaciência ou hostilidade. Já um tom suave e tranquilo pode indicar gentileza, empatia ou segurança.

Quando o tom de voz está desalinhado com o conteúdo da mensagem, isso pode gerar mal-entendidos, conflitos e até desgastar relacionamentos.

Muitas vezes a pessoa não tem a intenção de ser agressiva ou rude, mas o seu tom de voz transmite exatamente o oposto. Da mesma forma, um tom monótono e sem entusiasmo pode fazer com que a mensagem pareça desinteressante ou sem importância.

A clareza e o volume da voz

O volume é uma das principais variáveis do tom de voz. Falar muito alto pode ser desagradável e até mesmo intimidante, especialmente em ambientes mais tranquilos ou profissionais.

Um tom de voz elevado, além de ser cansativo para quem escuta, pode dar a impressão de que a pessoa está sendo agressiva ou excessivamente emocional.

Por outro lado, falar muito baixo pode causar dificuldades de compreensão, gerando insegurança ou até a impressão de que a pessoa não está confiante. Encontrar o equilíbrio adequado no volume da voz é essencial para garantir que a comunicação seja clara, respeitosa e bem recebida. 

É importante lembrar que o contexto também deve ser considerado. Em uma reunião de trabalho, por exemplo, a clareza e o tom de voz moderado são fundamentais, enquanto em uma conversa íntima, a suavidade pode ser mais apropriada.

O tom de voz e as emoções

A voz humana é capaz de transmitir vários tipos de emoções, e a forma como modulamos a nossa fala pode indicar exatamente o que estamos sentindo. Por exemplo, um tom de voz alegre pode comunicar entusiasmo e positividade, enquanto um tom triste pode expressar luto ou frustração.

Esse vínculo entre voz e emoção é fundamental para que a mensagem seja compreendida. O tom de voz também pode ser usado de forma estratégica para enfatizar certos pontos e reforçar a mensagem emocional que se deseja passar.

Como treinar o tom de voz?

Treinar o tom de voz adequado envolve mais do que apenas tentar falar de uma maneira específica. É ter consciência de como sua voz pode ser percebida pelos outros e ajustar a sua comunicação de acordo com o contexto e a mensagem que se deseja transmitir.

Aqui estão algumas dicas práticas para treinar e aprimorar seu tom de voz:

  • Controle da respiração: Uma boa respiração é fundamental para controlar o tom de voz. Respire profundamente, usando o diafragma, para garantir que sua voz seja clara e equilibrada, sem altos e baixos excessivos ou falhas na tonalidade.
  • Variedade e modulação: Evite falar de forma monótona. A variação no tom e na intensidade da voz mantém a atenção do ouvinte e transmite emoções de maneira mais eficaz.
  • Noção do volume: Pratique ajustar o volume da sua voz de acordo com o ambiente. Em ambientes mais íntimos, reduza o tom; em locais públicos ou ruidosos, aumente o volume sem exagerar.
  • Escuta ativa: A maneira como você responde às outras pessoas também deve ser moldada pelo tom de voz. Pratique escutar ativamente e responder com um tom que mostre compreensão e respeito pelas emoções do outro.
  • Atenção ao contexto: Sempre que for se comunicar, leve em consideração o contexto em que está inserido. O que funciona em um encontro informal pode não ser adequado em uma reunião de trabalho, por exemplo.
  • Prática e feedback: A prática constante e o feedback de outras pessoas são essenciais para melhorar o tom de voz. Grave-se falando e observe como soa. Pode ser útil pedir feedback de colegas ou amigos sobre como sua voz é percebida.

Luzimar Collares é graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela UFMT, pós-graduada em Jornalismo Digital.

 


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