Lamentável e terrível a inversão de valores mais uma vez presente na maior festa popular do Brasil, o Carnaval. Vibrante, diversificada, serve de alegria entorpecedora para muitos e decepação para tantos outros.
Como médico, vereador, pai de família e cidadão pertenço a classe dos indignados.
Uma plataforma para expressão artística, cultural e social com alcance mundial não deveria jamais ser utilizada para macular a imagem da segurança pública no Brasil, afinal os policiais militares, em sua maioria, coloca a própria vida em defesa da população, ainda que a instituição tenha problemas, os pesadelos de todos nós brasileiros de bem, não são os policiais.
Mas, nossos terríveis pesadelos mais diabólicos são outras questões, o tráfico de drogas, por exemplo, as guerras de facções criminosas, a nossa legislação branda, e por aí vai, aliás Vai Vai, fica como sugestão de tema para o próximo carnaval o deboche ao tráfico que ceifa milhares de vidas todos os anos.
Meu total repúdio a escola de samba Vai Vai e minhas considerações aos homens e mulheres de honra da Polícia Militar presentes em todos os Estados da Federação. Vou explicar para os meus filhos, que durante o desfile da Vai-Vai, uma das alas que representava a tropa de choque da Polícia Militar, fez alusão à figura dos demônios em relação à polícia, uma representação extremamente carregada de significados negativos, que pode incitar ainda mais divisões e conflitos em uma sociedade já polarizada.
Mas, explicarei a eles, que por favor, tomara que nunca precisem estarem em risco para acionar a PM, mas, eles, meus filhos e os filhos de todos deveriam saber, é a Polícia Militar que é sempre acionada para socorrer, e proteger quando estamos em perigo. Não é para as crianças terem medo dos policiais, mas, devem na realidade temer os traficantes. O povo mal e endiabrado, são aqueles que tiram a vida e roubam as futuras gerações. Quanto aos homens e mulheres da honra da nossa Polícia Militar, sempre terão meu apreço.
A liberdade artística deve manter sempre um valor essencial, inclui sim ser crítica, provocativa, mas é igualmente importante que essa liberdade seja exercida com responsabilidade e contribuições à sociedade. Representar a Polícia Militar como demônio é uma escolha que vai além da crítica social, adentrando em um terreno perigoso de estigmatização e desumanização de uma instituição fundamental para a segurança pública.
Além disso, o contexto do samba-enredo, “Sobrevivendo no Inferno” dos Racionais MC’s, aborda questões complexas relacionadas à vida nas periferias e à violência policial, torna essa representação ainda mais delicada. Enquanto é importante reconhecer e refletir sobre as realidades difíceis enfrentadas por muitas comunidades, é igualmente essencial evitar generalizações que possam alimentar estereótipos prejudiciais. Vai Vai, por favor vai procurar algo salutar para manifestar ao mundo, Você nos deve esse favor.
(*) Dr. LUIZ FERNANDO AMORIM é vereador por Cuiabá e médico.
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