O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a subir o tom das críticas contra sua adversária Márcia Pinheiro (PV) e seu marido, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Nesta segunda-feira (19), ele classificou ambos como "caras de pau".
Em entrevista à rádio Vila Real, ele lembrou da operação policial, deflagrada em outubro passado, que apura a a existência de um “cabide de empregos” com cargos da Saúde na Capital, montado para honrar favores de aliados políticos.
Emanuel e Márcia foram alvos de busca e apreensão, e a primeira-dama foi proibida, pela Justiça, de entrar no Palácio Alencastro e na Secretaria Municipal de Saúde.
“A mulher dele está proibida de ir à prefeitura. Olha como são caras de pau. [Ela] está achando que o povo é bobo, besta. A dona Marcia não pode entrar, botar os pés, na Prefeitura. Foi proibida pela Justiça, porque está envolvida em crimes na Saúde e, aí, quer ser governadora? Olha que cara de pau”, criticouo Mendes.
Ele ressaltou que houve 15 operações policiais, desde 2017, contra a gestão Emanuel Pinheiro.
“Por isso que hoje eu tenho o apoio de 140 prefeitos, e não tenho do prefeitode Cuiabá. Porque eu falo. Eu não aguento. Eu não aguento ver tanta malandragem, tanto desvio e tanta operação policial. Tanto secretário sendo afastado, o próprio prefeito foi afastado”.
Mendes ironizou a candidata Márcia, que defende que o modelo de gestão de Cuiabá seja implementado no Estado.
“Quer levar esse modelo pro Estado? Se teve 15 operações na Prefeitura, lá no Estado vai ter umas 50 operações. Toda semana. Porque do jeito que os caras são... Eu não aguento isso, e é por isso que eu brigo. Tirando isso, você não me vê brigando com ninguém”, completou.
Trégua
Antigos aliados, a inimizade pública veio a tona já no primeiro ano do governo Mendes, em 2019. Questionado sobre a possibilidade de uma trégua, o governador afirmou que o fará caso Emanuel prove que é inocente nas 15 investigações da qual sua gestão foi alvo.
“Se parar de roubar, vai ter paz. Se parar de ter escândalos na Prefeitura, e ele provar que o Ministério Público estava errado, eu até peço desculpas para ele. E eu vou falar mal do Ministério Público, porque como faz 15 operações? Não é possível. Tem que ter algo de errado. Mas eu acredito no Ministério Público Federal, Estadual, e acredito na Justiça”, disse.
Operação Capistrum
No ano passado, Emanuel ficou 37 dias afastado por causa do esquema investigado na Operação Capistrum. Além dele, ainda foram afastados dos cargos o chefe de gabinete Antônio Monreal Neto e a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza.
Também foram alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Eles ainda sofreram mandados de busca e apreensão e também tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.
Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, Emanuel fez mais de 3.500 contratações temporárias só na secretaria, a maioria ilegais, com pagamentos de "prêmio-saúde" para acomodar e atender compromissos de aliados políticos, principalmente vereadores.
Outra acusação que pesa é a de pagamento do chamado prêmio saúde a servidores da Pasta - em valores que variam de R$ 70,00 a R$ 5,8 mil - sem nenhum critério, em desrespeito à legalidade.