26 de Dezembro de 2024

POLÍTICA Sábado, 09 de Abril de 2022, 08:54 - A | A

PATÉTICO

Vereador diz guardar munições para atirar em 500 petistas

Declaração do vereador bolsonarista foi feita na Câmara de Cuiabá

PABLO RODRIGO Gazeta Digital

vereador marcos paccola

 O vereador bolsonarista Marcos Paccola (Republicanos)

O vereador bolsonarista Marcos Paccola (Republicanos) insinuou que poderá atirar em até 500 militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), caso eles realizem manifestação na frente da sua residência. A declaração ocorreu durante discurso na tribuna da Câmara de Vereadores de Cuiabá, nesta quinta-feira (7), após comentar as recentes declarações do ex-presidente Lula (PT). 

"Eu quero deixar um recado. Só o que eu carrego comigo aqui no  IDC aqui, 50 militantes no meu dia-dia eu posso", iniciou o vereador sem concluir a sua frase. "Só lembrar que o presidente Bolsonaro autorizou pra cada arma de quem é CAC (Conceder Certificado de Registro Pessoa Física Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) são 5 mil munições por arma. Então pensem bem antes de tomar essas atitudes. E ao invés de 50 coloquem 500. Porque 50 vai ser muito pouco se vocês tentarem mexer com nossos filhos, nossas famílias. Dessa forma vocês não vão mudar o país, vão fazer uma guerra civil. Não venham pra cima porque estamos prontos", disse o parlamentar.  

Paccola reagiu às declarações desta semana de Lula que, durante um encontro com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam "mapear" o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta, com um grupo de 50 pessoas, para "incomodar" a sua "tranquilidade".   

O ex-presidente falava se referindo ao Congresso Nacional e na importância de eleger deputados e senadores para realizar uma "contrarreforma" para defender os direitos dos trabalhadores, e que a sociedade tem que cobrar os deputados contra votações que, segundo ele, prejudica os trabalhadores.   

"Agora, é engraçado que a gente não aprendeu, com o movimento que a gente tem, a fazer pressão na cidade onde as pessoas moram. Os deputados têm casa. Eles moram numa cidade. Nessa cidade tem sindicalista, professor, metalúrgico, bancário, pedreiro, tem quase todas as profissões que estão representadas aqui. Se a gente pegasse e mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas na cada do deputado, não para xingar, para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho, incomodar a tranquilidade dele, eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer a manifestação em Brasília", disse.   

As declarações do ex-presidente causou reação de vários parlamentares, principalmente os bolsonaristas que acusam Lula de incentivar confrontos de rua.   O deputado federal José Medeiros (PL) chegou a usar as redes sociais para ameaçar qualquer manifestante que for em sua residência e provocar sua família. 

Réu

O vereador Marcos Paccola é réu em uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) oriunda da Operação Coverage, 3ª fase da Mercenários. Ele  é acusado de fraudar o sistema da Polícia Militar para alterar o registro de arma que teria sido usada em 7 homicídios, ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande. Os assassinatos e tentativas são apurados na Operação Mercenários. 

As investigações acusam o parlamentar de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações.



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