Morador há 15 anos na comunidade do Pocinho, em Barão do Melgaço (110 km de Cuiabá), o aposentado Jairo Dias de Arruda, 66 anos, reclama do lixo que se acumula na margem do Rio Cuiabá, próximo da sua propriedade. Ele afirma que ao longo dos anos a situação tem piorado e causado grande transtorno a todos os moradores da região.
Aqui se vê de tudo. Geladeiras, fogões, aparelhos de TV, pneus, garrafas pets, latas, entre outros. Dependendo da vazão do rio vira um tapete de lixo. É desesperador ver a falta de consciência das pessoas que jogam lixo no rio e o descaso do poder público”.
Jairo vive com a esposa e a cunhada, ele associa a situação a outro grave problema, a quantidade de mosquito que vem aumentando. “Aqui sempre teve mosquito, mas a cada ano a situação piora e acredito que uma das causas é essa quantidade de lixo que fica parado na água”, reforça Jairo.
Referente a ações de limpeza pelo poder público, o aposentado lembra de atividades do então deputado estadual Sergio Ricardo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas. “Aqui na comunidade só consigo lembrar de algumas ações que eram lideradas por ele. Nesse tempo que estou aqui, ninguém mais fez nada para juntar ou conscientizar que lugar de rio é só para peixes”, completa.
Quem também tem percebido o aumento do lixo no leito do rio é a moradora da comunidade Fazenda Mimoso, em Santo Antônio do Leverger (a 27 km da capital), Graucia Regina Pedroso da Silva. Ela explica que a comunidade está mais próxima de Barrão de Melgaço e sua casa fica no pé de um morro, sendo os fundos com acesso ao Rio Cuiabá.
“É absurdo o que desce desse rio. Já teve oportunidade de ver sofás e colchões flutuando. Se juntar tudo dá para mobiliar uma casa, pena que não é possível”, comenta revoltada a moradora. A prefeita Margareth Gonçalves da Silva (PSDB), afirmou que são realizadas limpezas frequentes no leito do Rio Cuiabá. “Por Barão de Melgaço estar 100% dentro do bioma Pantanal firmamos parcerias com os governos Federal e Estadual para promover ações pontuais de limpeza no Rio Cuiabá”, afirma a gestora.
ALERTA
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) alerta a população para a prevenção e o combate ao mosquito Aedes aegypti durante o período de chuvas em Mato Grosso, previsto até o mês de maio. Neste período, existe a possibilidade de aumento na proliferação do mosquito transmissor, por isso a importância de se redobrar a atenção com os cuidados. As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos. Entre as mais comuns no Brasil, estão a dengue, zika e a chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
ENTENDA AS DIFERENÇAS
Dengue: A dengue é caracterizada por febre alta, dores musculares e articulares, além de outros sintomas que variam em gravidade.
Zika: A zika, associada a complicações neurológicas, é especialmente preocupante em gestantes devido ao risco de malformações em seus bebês.
Chikungunya: A chikungunya provoca febre e dores articulares intensas, muitas vezes persistindo por longos períodos, com sintomas que apresentam risco de se tornarem crônicos.