Familiares da empresária Elaine Stellato Marques, que foi morta em outubro de 2023, aos 45 anos, durante um passeio de barco no Lago do Manso, esperam que o júri popular que decidirá se o servidor Cleber Figueiredo Lagreca é o executor do crime aconteça até o final do ano. A expectativa é que o acusado seja julgado pelos crimes de feminicídio, estupro e fraude processual.
A manifestação se deu em comunicado enviado por aplicativo de mensagem, há poucos dias, a pessoas ligadas à família e aos amigos.
“Lembro que o inquérito policial foi encerrado, a denúncia do Ministério Público foi aceita, o sujeito está na Penitenciária da Mata Grande em prisão preventiva e o pedido de habeas corpus foi negado pelo TJMT”, começa o texto.
Na sequência, os integrantes da família reforçam os próximos passos do processo criminal, dando ênfase ao momento de finalização da fase de instrução e que, em breve, seguirá para a fase de sentença de pronúncia. “... e a expectativa é que ocorra júri popular no final do ano”, acrescenta.
O comunicado também destaca que as tentativas de soltura do acusado foram todas negadas e critica as narrativas adotadas pela defesa, “de manipular laudo pericial, de impugnar ou anular o processo”, que foram frustradas pelas investigações da Polícia Civil e do Ministério Público.
Conforme a nota, os familiares da empresária referendam o sigilo e a resignação de todos que contribuíram para as investigações.
“O Ministério Público está muito comprometido e imensamente preparado e, com certeza, continuaremos atuando juntos para que a justiça seja feita... Nosso objetivo final é a condenação por feminicídio, estupro e fraude processual”, finaliza.
O caso
Elaine Stellato foi supostamente assassinada por Cleber Lagreca, que foi preso preventivamente em 28 de setembro de 2024, quase um ano depois dos fatos, que foram tratados inicialmente como afogamento acidental da vítima. Ele foi preso em um hotel nas proximidades da Rodoviária de Cuiabá.
No dia do crime, Elaine passava a tarde no Manso na companhia de Cleber, que havia conhecido há poucos dias por meio das redes sociais. A empresária morreu supostamente durante o passeio.
Inicialmente, a causa da morte foi registrada como afogamento. No entanto, devido às inconsistências apresentadas pelas testemunhas, fez-se necessária a abertura de investigação.
Segundo informações do primeiro boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, ‘Japão’ foi responsável por acionar a polícia no dia dos fatos.
No local, o corpo de Elaine se encontrava à margem do lago. Em relato à polícia, o servidor contou que a lancha em que eles estavam apresentou defeitos mecânicos durante o passeio.
Em dado momento, a embarcação precisou ser guinchada por outra lancha, momento em que a vítima supostamente teria amarrado uma corda na cintura e se jogado nas águas para “tomar banho com o veículo em movimento”.